Normalmente
escrevo textos baseados em minhas vivências ou no que penso e sinto. Outras
vezes,simplesmente são produtos da minha imaginação sem base na realidade ou fundamentados
em sonhos que tive ou delírios de minha mente. Pode ser também uma mistura de
tudo isso. Como foi num texto que escrevi a meses atrás,mas que agora me deixou
muito impressionada. Pois na época o escrevi despretenciosamente,mas agora
encaixa perfeitamente pra mim ! Ele é (quase) tudo que eu quero dizer no
momento. Sim,porque eu preciso dizer e digo através do que escrevo. É minha
catarse. Agora,não sei o que me levou ,na época a escrever um texto que se
enquadrasse tão bem no momento de agora,parece que eu estava adivinhando uma
coisa que eu nem pensava que ia acontecer...estranho.Mas a vida é assim
mesmo,cheia de mistérios e é esse um dos motivos que a faz tão fascinante. Por
isso,deletei o texto lá atrás e
repostarei aqui,agora (com algumas
modificações) pois é nesse momento que ele faz todo sentido...Aí vai ele:
CORAÇÃO
DESERTO...ADEUS OÁSIS!
Estava uma noite
fria,apesar de não estar assim tão fria…silêncio,pensamentos e sentimentos
confusos...Era preciso tomar uma atitude...Quando veio a decisão : “desistir !”
E veio forte,resoluta,intensa...apoiada em
acontecimentos,fatos,evidências,experiências ...Mas nada como a inspiração e a
intuição. E elas diziam claramente : “desista!”. O coração reforçava suas
falas. Era isso mesmo. Outrora fizera a análise:qual é o drama na
desistência,na renúncia?As pessoas normalmente a colocam numa forma como se
fosse uma falta mortal,como se isso nos colocasse numa posição de derrotados...
Porém já houvera concluído anteriormente :em algumas circunstâncias
renúncia é força,não fraqueza.Existem alguns momentos em que você precisa ser
muito forte para desistir de algo ,de alguém,de um sentimento,de emoções...nem
sempre é a escolha mais cômoda,nem a mais fácil ...é um ato de coragem.Pense
bem : se aquilo não está fazendo bem,porque não desistir? Se seguir em
frente não vai levar a um lugar muito legal,porque não voltar atrás ou
escolher outro caminho,desistindo do que se está? Se quando se está
tentando,tem-se o vislumbre de que não vai dar em nada( em nenhum sentido) ou
até pode causar transtorno,qual o problema em renunciar à escolha
inicial? Existe aquela velha premissa do “terminar tudo que se começa” ou
“perseverar até o fim”. Sim,isso é muito bom,bonito e emocionante em alguns
casos,mas em outros,definitivamente não! Então é melhor ficar “batendo com a
cabeça” apegado a algo que vê-se que não tem perspectivas favoráveis de
mudança do que abdicar ou deixar pra lá
e deixar rolar? Claro que não ! Essa também seria uma opção plausível
: “deixar pra lá”. De repente flui. Se não fluir,pelo menos
não se sofre.Porém,especialmente nesse caso,dá pra ver que vai ser muito
difícil “fluir”,pois existe muita resistência.Então,nesses casos,é melhor
desistir mesmo... E aí e que vem a decisão a respeito da renúncia,da
desistência,do abandono. Mas tem que ser de coração. Não pode ser fingido. Não
pode ser da boca pra fora (logo porque muitas vezes nem vai se falar
nada,só agir...ou parar de agir...). Tem de ser algo pleno,para cumprir seu
papel libertador e aliviante. O papel de liberar o sofrimento e a dor que podem
surgir caso permaneçamos apegados. Desistir pode significar a morte de um
sonho.Mas alguns sonhos merecem morrer.E a decisão era essa. De coração. Não
valeria mais à pena tentar, nem investir em nenhuma estrada desse caminho. Todas estão
obstruídas. A escolha principal é não sofrer. Desde o início,bem que houve
freios,foi tudo bem devagar sem chegar a ir muito adiante,justamente para ver
em que terreno se estava pisando... O terreno apresentava-se florido, arejado com uma leve
brisa,com águas cristalinas, relva verde com gotas de orvalho ao
amanhecer,arco-íris após a chuva que( servia para desabrochar mais
flores),céu límpido...mostrava-se favorável e amigável (e não
que não fosse sabido que algumas vezes o tempo iria estar
nublado,os galhos secos,ventania...tudo bem,isso é normal!)... O terreno era
encantador...O magnetismo era incrível...Amá-lo e desejá-lo foi inevitável...Mas
existe o desencantar e o processo de “desamar”. A verdade veio enfim à tona. Se
apresenta assim,mas não se deixou usufruir,nem de um jeito nem de outro. Isso
ficou subentendido.É um terreno perigoso. Poderia ser uma espécie de
oásis?Durante longo tempo foi definido como se fosse.Mas quem sabe é só uma
miragem? Talvez eu o tenha idealizado um pouco... Não se sabe, e é melhor nem
querer mais saber e não insistir em adentrar nesse terreno. Ir embora. Difícil?
Sempre é um pouco difícil,mas até que nem tanto,pois houve a conscientização a
tempo , a atenção aos sinais e...a decepção.No fundo,ela bem que ajuda. Destrói
qualquer esperança e qualquer
perspectiva de que daria pra continuar pelo menos como estava.Existem
muitos outros ótimos terrenos por aí, e em algum especial pode-se entrar em segurança e ser bem
recebida. A decisão da cabeça e do coração coube em si.Não foi preciso a chuva. Não
transbordou nem inundou o rio desse
terreno,que está cada vez mais distante,seguindo seu rumo,matando
inspirações afogadas e fazendo flores
murcharem. É duro,pois foi intenso como nunca foi imaginado que pudesse ser,mas
foi extinto...pensei que fosse até levar ainda um tempo,mas a decepção o precipitou. A decisão tomada.aliou-se ao desencanto e o processo já
aconteceu : acabou. Mesmo. E que não se
diga “que pena”...Encontre um bom explorador terreno,você tem potencial.
Continuo desejando seu florescer. Despedidas sempre são tristes? É para apenas
dizer ...adeus. Seja feliz!
“Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que
não pareça, foi meu grande gesto de coragem.” (Caio Fernando Abreu)
"Coragem,
às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de
volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há
muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É
abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
(Ana
Jácomo)
“Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. “
(Fernando Pessoa)
"E é inútil procurar encurtar caminho e querer começar já sabendo
que a voz diz pouco, já começando por ser despessoal. Pois existe a trajetória,
e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos. Em
matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via-crucis não é um descaminho,
é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é
o... nosso esforço, a desistência é o prêmio. A este só se chega quando se
experimentou o poder de construir, e, apesar do gosto de poder, prefere-se a
desistência. A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais
sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só esta, é a
glória própria de minha condição. A desistência é uma revelação."
(Clarice Lispector)
(Clarice Lispector)
“Acredito
que a decepção, as vezes é uma bênção de Deus. É apenas Sua maneira de deixar
com que eu perceba, que Ele me salvou de escolher o caminho errado.”
(Mariana
Lobo)
“Insistir naquilo que já não existe é
como calçar um sapato que não te cabe mais. Machuca, causa bolhas, chega a
carne viva e sangra. Então é melhor ficar descalço! Deixar livre o coração,
enquanto vive. Deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente
cresce, o número muda! Às vezes você tem que esquecer o que você quer para começar
a entender o que você merece.”
(Autor Desconhecido)
“Quem
cedo e bem aprende, tarde ou nunca esquece. Quem negligencia as manifestações
de amizade, acaba por perder esse sentimento.”
(Shakespeare)
“O guerreiro da luz sabe que as batalhas que travou no passado
sempre terminaram por ensinar alguma coisa, e muitos desses ensinamentos
fizeram o guerreiro sofrer além do necessário. Por isso o guerreiro da luz só
arrisca seu coração por algo que realmente valha a pena".
(Paulo Coelho-Manual do Guerreiro da Luz)
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